Soja tem tendência de alta, mesmo com agravamento da pandemia; hora de segurar vendas ou fazer "call"

 

SÃO PAULO (Reuters) - Com uma safra recorde em 2021/22 estimada em 144 milhões de toneladas, exportações da oleaginosa brasileira devem saltar para 94,3 milhões de toneladas no ano que vem, previu nesta quarta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

 

Na temporada atual, a produção nacional somou 137 milhões de toneladas, segundo a Anec, enquanto a exportação está projetada em 86,5 milhões de toneladas em 2021, apresentou a Anec em seminário da Datagro.

 

Anec prevê queda brusca nas exportações de milho do Brasil

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de milho cairão pela metade nesta temporada, já que o clima adverso prejudicou a safra 2020/21 do país e também as perspectivas de embarques, conforme projeção da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) divulgada nesta quarta-feira.

 

Em apresentação, o presidente do conselho de administração da Anec, Luciano de Souza, disse que o Brasil deve vender 17 milhões de toneladas no mercado externo no atual ciclo, ante 34,8 milhões no último.

 

Se confirmadas, as exportações de milho ficariam abaixo do nível do ciclo 2015/16, quando o Brasil exportou 18,8 milhões de toneladas do cereal após uma grande seca, mostraram dados da Anec.

 

Em novas projeções da associação para a soja da próxima safra (2021/22), as exportações da oleaginosa brasileira devem saltar para 94,3 milhões de toneladas, com uma safra recorde estimada em 144 milhões de toneladas, visto que agricultores planejam aumentar a área plantada a partir de setembro, quando começará a semeadura em alguns Estados.

 

Na temporada atual, a produção nacional somou 137 milhões de toneladas, segundo a Anec, enquanto a exportação está projetada em 86,5 milhões de toneladas em 2021, apresentou a Anec em seminário da Datagro.

 

Importação de grãos com quebra de safra no Brasil aperta logística de adubos, diz Anda

SÃO PAULO (Reuters) - Um aumento na importação de milho e trigo diante da quebra de safra no Brasil, em momento em que a demanda por fertilizantes está forte, deve apertar a logística para escoamento desses produtos importados, disse nesta quarta-feira o diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

 

Essa situação já gerou gargalo recente em porto de Santa Catarina, afirmou Ricardo Tortorella, acrescentando que o país importou cerca de 80% do fertilizante consumido em 2020.

 

O Brasil elevou em 11,1% as importações de fertilizantes em 2020, para 32,87 milhões de toneladas, enquanto a produção brasileira caiu 10,5%, para 6,37 milhões de toneladas, segundo números da Anda apresentados nesta quarta-feira durante seminário promovido pela consultoria Datagro.

 

Neste primeiro trimestre, afirmou o diretor-executivo da Anda, Ricardo Tortorella, a produção nacional de fertilizante continuou caindo 11%, enquanto a importação disparou 23%.

 

"O problema de dependência do exterior de certa forma começa a se agravar um pouco mais... há 15 dias, o porto em Santa Catarina teve problemas de muita entrada, isso se agrava conjunturalmente com as geadas", afirmou ele, em referência à quebra de safra, que resultará em aumento de importações.

 

Ele apontou que, com a quebra de safra por seca e geadas, o Brasil que já é um grande importador de trigo tem elevado importações de milho.

 

"Com a possível a perda das safras também concorre a importação, que começa a chegar um pouco maior, em Santa Catarina teve problema com a entrada de fertilizantes", comentou.

 

Tortorella disse ainda que o setor terminou 2020 com queda de 8,7% nos estoques finais de fertilizantes, para pouco mais de 6 milhões de toneladas, enquanto a demanda cresceu 11,9% em 2021, e as entregas totais somaram 40,56 milhões de toneladas no ano passado, segundo números da Anda.

 

Para este semestre, ele disse que o setor precisa de muita atenção para gerenciar a logística.

 

"Precisa ser bem feito, com muita atenção, para atenuar os riscos...", comentou ele, ressaltando que a demanda dos produtores está forte, apesar da alta dos preços dos fertilizantes, uma vez que a relação de troca entre produtos agrícolas e insumos segue favorável ao agricultor.

 

Ele lembrou de problemas de "fluxos de oferta de logística" em 2020, devido a questões ligadas à pandemia, o que colaborou para a alta dos insumos.

 

A importação de milho pelo Brasil praticamente dobrou no primeiro semestre, para mais de 900 mil toneladas, embora a maior parte tenha vindo do Paraguai, pelo modal rodoviário. Para o segundo semestre, a logística deve se concentrar nos portos, à medida começou a chegar o cereal da Argentina, que vem de navios.

 

Apenas a companhia JBS já anunciou que está trazendo o equivalente a 30 navios com milho da Argentina, e prevê que o país importará pelo menos 4 milhões de toneladas de milho em 2021.

 

Em 2020, as importações do cereal somaram 1,37 milhão de toneladas, segundo números do governo.

 

Bolsonaro reafirma intenção de levar Bolsa Família a R$ 400

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que o governo tenta elevar o valor médio dos benefícios do Bolsa Família para 400 reais, apesar de não haver previsão de recursos para isso até o momento, e reiterou que estuda a criação de um vale-gás bancado pela Petrobras para as famílias do programa.

 

Em entrevista a uma rádio do Rio Grande do Norte, Bolsonaro afirmou que o programa social terá um valor médio de "no mínimo 300 reais", e que poderia chegar a 400.

 

"A média hoje em dia está em 192 reais. Nós vamos levar para no mínimo a 300, podendo chegar a 400. Porque houve uma inflação sim no Brasil, no mundo todo", disse Bolsonaro. "Eu tenho buscado com a equipe econômica, dentro da responsabilidade. O ideal seria 400 reais o novo valor."

 

O governo não fechou ainda o valor do reajuste porque a equipe econômica propõe um aumento de 50% do valor médio, o que elevaria dos atuais 192 reais para pouco mais de 285. De olho nas eleições de 2022, Bolsonaro já exigia 300 reais e agora fala em até 400 reais.

 

A intenção inicial da Economia era que o valor médio ficasse em 250 reais, mas Bolsonaro passou a exigir 300 reais. Até agora, as contas da economia apontam ainda para menos que isso e, na verdade, nem esse valor está garantido.

 

De acordo com informações repassadas à Reuters por fontes do Ministério, o aumento exponencial do valor dos precatórios para 2022 --dívidas de decisões judiciais que a União precisa pagar-- ocupa os recursos do Orçamento previstos para o reajuste. Daí a necessidade de aprovação da chamada PEC dos Precatórios, que vem sendo defendida como essencial pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

 

A PEC prevê a possibilidade de o governo parcelar o pagamento dos precatórios, especialmente os de valores mais altos, na casa dos milhões de reais. Críticos da proposta apontam que ela abre caminho para o governo despejar recursos em ano eleitoral e ainda permite um calote nos precatórios, o que o governo nega.

 

O governo alega que, sem a aprovação da PEC não há espaço para reajustar o programa, enquanto o presidente e parte do centrão pressionam por um reajuste ainda maior do que o previsto.

 

De acordo com as informações obtidas pela Reuters, a medida provisória de reestruturação do programa --que deve ter o nome mudado para Auxílio Brasil-- não deve prever o valor para o reajuste.

 

VALE-GÁS

 

Bolsonaro voltou a dizer, ainda, que a Petrobras teria um fundo de 3 bilhões de reais para financiar a criação do vale-gás, outro programa que está sendo gestado, em que um botijão seria dado a cada dois meses a famílias participantes do Bolsa Família.

 

"A Petrobras tem lá um fundo de mais ou menos 3 bilhões de reais para fazer um programa nesse sentido. Está bastante avançada essa proposta. Tem pequenos acertos... A Petrobras não é minha, tem o privado também. Estamos negociando isso daí", disse.

 

A empresa negou no fim de semana que haja decisão sobre montantes em eventuais programas.

 

"Não há definição quanto à implementação e o montante de participação em eventuais programas. Qualquer decisão estará sujeita à governança de aprovação e em conformidade com as políticas internas da companhia", disse a estatal em comunicado divulgado no último fim de semana.

 

PEC do governo preverá fundo extra-teto para pagar dívida, precatórios e transferências a pobres

BRASÍLIA (Reuters) - A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do governo para parcelamento de precatórios irá prever a constituição de um fundo alimentado com receitas de privatizações, venda de imóveis e dividendos de estatais, recursos que terão destinação carimbada e ficarão fora do teto de gastos.

 

Segundo um integrante do governo com conhecimento direto do assunto, a PEC já foi finalizada no Ministério da Economia. Seu envio ao Congresso pode ocorrer ainda nesta quarta-feira e depende agora de acertos políticos.

 

Pela redação do texto, os recursos do fundo da PEC dos Precatórios serão destinados ao pagamento da dívida pública (60%), transferência para os mais pobres (20%) e antecipação de pagamentos de precatórios que foram parcelados (20%).

 

A PEC, que irá prever o parcelamento no pagamento de precatórios, vem como resposta ao crescimento desenfreado nessa conta, comprimindo o espaço para outras despesas sob a regra do teto, incluindo o Bolsa Família e recursos para funcionamento da máquina pública.

 

Críticos, contudo, avaliam que ela representa uma maneira criativa de o governo aumentar substancialmente os gastos em ano eleitoral ao adotar uma espécie de calote para o pagamento de dívidas --visão que a equipe econômica rechaça.

 

Pelo arcabouço atual, o eventual pagamento da dívida pública com recursos de venda de ativos já não entra no teto.

 

Para as demais destinações, o entendimento é que, pelo fato de ser abastecido com recursos extraordinários, os gastos do fundo também são entendidos como não recorrentes e, por isso, não precisam obedecer à regra do teto, que condiciona o aumento de despesas públicas da União ao crescimento da inflação do ano anterior. A regra do teto é considerada hoje pelo mercado a única âncora fiscal efetiva do país.

SÃO PAULO (Reuters) - Com uma safra recorde em 2021/22 estimada em 144 milhões de toneladas, exportações da oleaginosa brasileira devem saltar para 94,3 milhões de toneladas no ano que vem, previu nesta quarta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

 

Na temporada atual, a produção nacional somou 137 milhões de toneladas, segundo a Anec, enquanto a exportação está projetada em 86,5 milhões de toneladas em 2021, apresentou a Anec em seminário da Datagro.

 

Anec prevê queda brusca nas exportações de milho do Brasil

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de milho cairão pela metade nesta temporada, já que o clima adverso prejudicou a safra 2020/21 do país e também as perspectivas de embarques, conforme projeção da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) divulgada nesta quarta-feira.

 

Em apresentação, o presidente do conselho de administração da Anec, Luciano de Souza, disse que o Brasil deve vender 17 milhões de toneladas no mercado externo no atual ciclo, ante 34,8 milhões no último.

 

Se confirmadas, as exportações de milho ficariam abaixo do nível do ciclo 2015/16, quando o Brasil exportou 18,8 milhões de toneladas do cereal após uma grande seca, mostraram dados da Anec.

 

Em novas projeções da associação para a soja da próxima safra (2021/22), as exportações da oleaginosa brasileira devem saltar para 94,3 milhões de toneladas, com uma safra recorde estimada em 144 milhões de toneladas, visto que agricultores planejam aumentar a área plantada a partir de setembro, quando começará a semeadura em alguns Estados.

 

Na temporada atual, a produção nacional somou 137 milhões de toneladas, segundo a Anec, enquanto a exportação está projetada em 86,5 milhões de toneladas em 2021, apresentou a Anec em seminário da Datagro.

 

Importação de grãos com quebra de safra no Brasil aperta logística de adubos, diz Anda

SÃO PAULO (Reuters) - Um aumento na importação de milho e trigo diante da quebra de safra no Brasil, em momento em que a demanda por fertilizantes está forte, deve apertar a logística para escoamento desses produtos importados, disse nesta quarta-feira o diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

 

Essa situação já gerou gargalo recente em porto de Santa Catarina, afirmou Ricardo Tortorella, acrescentando que o país importou cerca de 80% do fertilizante consumido em 2020.

 

O Brasil elevou em 11,1% as importações de fertilizantes em 2020, para 32,87 milhões de toneladas, enquanto a produção brasileira caiu 10,5%, para 6,37 milhões de toneladas, segundo números da Anda apresentados nesta quarta-feira durante seminário promovido pela consultoria Datagro.

 

Neste primeiro trimestre, afirmou o diretor-executivo da Anda, Ricardo Tortorella, a produção nacional de fertilizante continuou caindo 11%, enquanto a importação disparou 23%.

 

"O problema de dependência do exterior de certa forma começa a se agravar um pouco mais... há 15 dias, o porto em Santa Catarina teve problemas de muita entrada, isso se agrava conjunturalmente com as geadas", afirmou ele, em referência à quebra de safra, que resultará em aumento de importações.

 

Ele apontou que, com a quebra de safra por seca e geadas, o Brasil que já é um grande importador de trigo tem elevado importações de milho.

 

"Com a possível a perda das safras também concorre a importação, que começa a chegar um pouco maior, em Santa Catarina teve problema com a entrada de fertilizantes", comentou.

 

Tortorella disse ainda que o setor terminou 2020 com queda de 8,7% nos estoques finais de fertilizantes, para pouco mais de 6 milhões de toneladas, enquanto a demanda cresceu 11,9% em 2021, e as entregas totais somaram 40,56 milhões de toneladas no ano passado, segundo números da Anda.

 

Para este semestre, ele disse que o setor precisa de muita atenção para gerenciar a logística.

 

"Precisa ser bem feito, com muita atenção, para atenuar os riscos...", comentou ele, ressaltando que a demanda dos produtores está forte, apesar da alta dos preços dos fertilizantes, uma vez que a relação de troca entre produtos agrícolas e insumos segue favorável ao agricultor.

 

Ele lembrou de problemas de "fluxos de oferta de logística" em 2020, devido a questões ligadas à pandemia, o que colaborou para a alta dos insumos.

 

A importação de milho pelo Brasil praticamente dobrou no primeiro semestre, para mais de 900 mil toneladas, embora a maior parte tenha vindo do Paraguai, pelo modal rodoviário. Para o segundo semestre, a logística deve se concentrar nos portos, à medida começou a chegar o cereal da Argentina, que vem de navios.

 

Apenas a companhia JBS já anunciou que está trazendo o equivalente a 30 navios com milho da Argentina, e prevê que o país importará pelo menos 4 milhões de toneladas de milho em 2021.

 

Em 2020, as importações do cereal somaram 1,37 milhão de toneladas, segundo números do governo.

 

Bolsonaro reafirma intenção de levar Bolsa Família a R$ 400

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que o governo tenta elevar o valor médio dos benefícios do Bolsa Família para 400 reais, apesar de não haver previsão de recursos para isso até o momento, e reiterou que estuda a criação de um vale-gás bancado pela Petrobras para as famílias do programa.

 

Em entrevista a uma rádio do Rio Grande do Norte, Bolsonaro afirmou que o programa social terá um valor médio de "no mínimo 300 reais", e que poderia chegar a 400.

 

"A média hoje em dia está em 192 reais. Nós vamos levar para no mínimo a 300, podendo chegar a 400. Porque houve uma inflação sim no Brasil, no mundo todo", disse Bolsonaro. "Eu tenho buscado com a equipe econômica, dentro da responsabilidade. O ideal seria 400 reais o novo valor."

 

O governo não fechou ainda o valor do reajuste porque a equipe econômica propõe um aumento de 50% do valor médio, o que elevaria dos atuais 192 reais para pouco mais de 285. De olho nas eleições de 2022, Bolsonaro já exigia 300 reais e agora fala em até 400 reais.

 

A intenção inicial da Economia era que o valor médio ficasse em 250 reais, mas Bolsonaro passou a exigir 300 reais. Até agora, as contas da economia apontam ainda para menos que isso e, na verdade, nem esse valor está garantido.

 

De acordo com informações repassadas à Reuters por fontes do Ministério, o aumento exponencial do valor dos precatórios para 2022 --dívidas de decisões judiciais que a União precisa pagar-- ocupa os recursos do Orçamento previstos para o reajuste. Daí a necessidade de aprovação da chamada PEC dos Precatórios, que vem sendo defendida como essencial pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

 

A PEC prevê a possibilidade de o governo parcelar o pagamento dos precatórios, especialmente os de valores mais altos, na casa dos milhões de reais. Críticos da proposta apontam que ela abre caminho para o governo despejar recursos em ano eleitoral e ainda permite um calote nos precatórios, o que o governo nega.

 

O governo alega que, sem a aprovação da PEC não há espaço para reajustar o programa, enquanto o presidente e parte do centrão pressionam por um reajuste ainda maior do que o previsto.

 

De acordo com as informações obtidas pela Reuters, a medida provisória de reestruturação do programa --que deve ter o nome mudado para Auxílio Brasil-- não deve prever o valor para o reajuste.

 

VALE-GÁS

 

Bolsonaro voltou a dizer, ainda, que a Petrobras teria um fundo de 3 bilhões de reais para financiar a criação do vale-gás, outro programa que está sendo gestado, em que um botijão seria dado a cada dois meses a famílias participantes do Bolsa Família.

 

"A Petrobras tem lá um fundo de mais ou menos 3 bilhões de reais para fazer um programa nesse sentido. Está bastante avançada essa proposta. Tem pequenos acertos... A Petrobras não é minha, tem o privado também. Estamos negociando isso daí", disse.

 

A empresa negou no fim de semana que haja decisão sobre montantes em eventuais programas.

 

"Não há definição quanto à implementação e o montante de participação em eventuais programas. Qualquer decisão estará sujeita à governança de aprovação e em conformidade com as políticas internas da companhia", disse a estatal em comunicado divulgado no último fim de semana.

 

PEC do governo preverá fundo extra-teto para pagar dívida, precatórios e transferências a pobres

BRASÍLIA (Reuters) - A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do governo para parcelamento de precatórios irá prever a constituição de um fundo alimentado com receitas de privatizações, venda de imóveis e dividendos de estatais, recursos que terão destinação carimbada e ficarão fora do teto de gastos.

 

Segundo um integrante do governo com conhecimento direto do assunto, a PEC já foi finalizada no Ministério da Economia. Seu envio ao Congresso pode ocorrer ainda nesta quarta-feira e depende agora de acertos políticos.

 

Pela redação do texto, os recursos do fundo da PEC dos Precatórios serão destinados ao pagamento da dívida pública (60%), transferência para os mais pobres (20%) e antecipação de pagamentos de precatórios que foram parcelados (20%).

 

A PEC, que irá prever o parcelamento no pagamento de precatórios, vem como resposta ao crescimento desenfreado nessa conta, comprimindo o espaço para outras despesas sob a regra do teto, incluindo o Bolsa Família e recursos para funcionamento da máquina pública.

 

Críticos, contudo, avaliam que ela representa uma maneira criativa de o governo aumentar substancialmente os gastos em ano eleitoral ao adotar uma espécie de calote para o pagamento de dívidas --visão que a equipe econômica rechaça.

 

Pelo arcabouço atual, o eventual pagamento da dívida pública com recursos de venda de ativos já não entra no teto.

 

Para as demais destinações, o entendimento é que, pelo fato de ser abastecido com recursos extraordinários, os gastos do fundo também são entendidos como não recorrentes e, por isso, não precisam obedecer à regra do teto, que condiciona o aumento de despesas públicas da União ao crescimento da inflação do ano anterior. A regra do teto é considerada hoje pelo mercado a única âncora fiscal efetiva do país.

 

 

Como as mudanças serão propostas via PEC, também há a avaliação de que elas irão, caso aprovadas pelos parlamentares, se sobrepor a uma regra imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe hoje o financiamento de gastos correntes com receitas de privatizações.

 

Na visão do time comandado pelo ministro Paulo Guedes, a constituição do fundo é uma forma de alinhar interesses: fomento a privatizações, aumento da distribuição de recursos aos mais pobres e sinalização ao Judiciário de que os precatórios parcelados poderão ter seu pagamento quitado antes do tempo.

 

PARCELAMENTOS

 

Na terça-feira, Guedes já havia dito que a PEC iria propor o parcelamento do pagamento de precatórios, que são requisições de pagamento expedidas pela Justiça após derrotas definitivas sofridas pelo governo em processos judiciais.

 

O ministro também havia revelado que a PEC abrirá o caminho para que o pagamento dos superprecatórios, de mais de 66 milhões de reais, seja escalonado, com entrada e mais nove parcelas. Por outro lado, o pagamento integral de causas de até 60 salários mínimos (66 mil reais) será garantido.

 

No intervalo entre uma ponta e outra, os pagamentos serão feitos pelo governo conforme disponibilidade orçamentária, obedecendo ao teto para pagamento de sentenças judiciais no ano. Pelo texto finalizado pela equipe econômica, esse limite será correspondente a 2,6% da receita corrente líquida.

 

A avaliação é que esse percentual manterá a conta anual de precatórios em cerca de 50 bilhões de reais, patamar verificado nos anos mais recentes.

 

Internamente, a PEC é vista como crucial para viabilizar o Orçamento do próximo ano, já que os precatórios somam cerca de 90 bilhões de reais para 2022, um patamar recorde.

 

A conta de precatórios é obrigatória e pagá-la na íntegra tiraria, pela regra do teto, a margem para a realização de despesas discricionárias que são fundamentais para manter a máquina pública, e de outras rubricas que são caras ao governo e têm forte apelo junto ao público, como o Bolsa Família. Por isso, a crença do Ministério da Economia é que a classe política irá se mobilizar pela aprovação da PEC, afirmou a fonte.

 

AUMENTO DO BOLSA FAMÍLIA EM XEQUE

 

Sem o aval do Congresso para a PEC, inclusive, a equipe econômica avalia que não será possível garantir aumento ao Bolsa Família, a despeito de o presidente Jair Bolsonaro rotineiramente divulgar que seu governo irá aumentar o benefício ofertado às famílias de baixa renda.

 

Nesta quarta-feira, o presidente repetiu que o Bolsa Família terá um valor médio de "no mínimo 300 reais", e que poderia chegar a 400, contra média atual de cerca de 190 reais.

 

Com o panorama atual, a equipe econômica não irá prever no projeto de lei orçamentária (PLOA) de 2022 elevação no Bolsa Família, já que terá que incluir no texto o impacto total dos precatórios no orçamento. Por lei, o PLOA deve ser encaminhado ao Congresso até o fim de agosto.

 

Antes desse impacto ser inteiramente conhecido, havia a expectativa de que as perdas judiciais somariam cerca de 50 bilhões de reais para 2022. Nesse contexto, técnicos da equipe econômica haviam calculado que seria possível acomodar no Orçamento um Bolsa Família maior, com benefício médio de 270 a 300 reais, ao custo adicional de 25 bilhões a 30 bilhões de reais para o programa.

 

Com os precatórios batendo em 90 bilhões de reais, o plano acabou tecnicamente frustrado.

 

AUXÍLIO BRASIL

 

Ainda aguardando os desdobramentos políticos com a PEC para conseguir efetivamente turbinar o Bolsa Família, o governo já finalizou uma Medida Provisória para seu novo programa social, batizado de Auxílio Brasil.

 

O Auxílio Brasil terá o Bolsa Família sob seu guarda-chuva e preverá a distribuição aos mais pobres de recursos provenientes do Fundo de Precatórios, de maneira não recorrente.

 

Assim, caso o governo feche a venda de imóveis, estatais ou acumule dividendos líquidos (dividendos pagos pelas empresas públicas menos os recursos gastos pela União para mantê-las), o Auxílio Brasil irá promover uma espécie de distribuição de resultados aos beneficiários do programa.

 

O Auxílio Brasil também contará com bonificações em outras frentes, ligadas por exemplo ao desempenho escolar.

 

Na prática, o governo precisa da PEC dos Precatórios para conseguir aumentar o benefício mensal do Bolsa Família, mantendo-o sob o teto, e para pavimentar o caminho para fazer pagamentos extraordinários aos beneficiários do programa, estes fora do teto de gastos.

 

Lira defende PEC dos Precatórios e fundo extra-teto proposto pelo governo

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta quarta-feira a Proposta de Emenda à Constituição destinada a permitir o parcelamento de precatórios do governo federal para abrir espaço ao pagamento de demais despesas.

 

Em entrevista à CNN Brasil, Lira afirmou que o crescimento exponencial da previsão de precatórios para 2022, que atinge 90 bilhões de reais, fará com que o governo não tenha recursos para cumprir outros compromissos, e garantiu que o parcelamento não será um calote.

 

Lira defendeu ainda o fundo, previsto na mesma PEC, que o governo pretende criar para financiar pagamentos extras à programas sociais.

 

Segundo o presidente da Câmara, o fundo não precisa respeitar os limites do teto de gastos porque será formado por recursos vindos de privatizações e outras receitas extraordinárias direcionadas a benefícios à população mais carente.

 

Delta é "altamente preocupante" com avanço de disseminação nas Américas, diz Opas

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A variante Delta do coronavírus é "altamente preocupante", à medida que a mutação tem se espalhado para quase 20 países nas Américas, disseram autoridades da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) a repórteres nesta quarta-feira.

 

Enquanto isso, autoridades de saúde estão de olho em outra variante chamada de "Lambda", mas observam que a detecção irregular da variante em toda a região ainda não causou um impacto grande.

 

A crescente disseminação da variante Delta nos Estados Unidos, assim como na maior parte da América Latina e do Caribe, deve fazer com que os governos priorizem os esforços de prevenção à Covid-19, como o uso de máscaras e, especialmente, uma aceleração do ritmo de vacinação, de acordo com a diretora da Opas, Carissa Etienne.

 

"Isso é preocupante porque os casos parecem se espalhar mais facilmente com a variante Delta e não podemos baixar a guarda", disse ela.

 

A Opas é o escritório nas Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), ligada às Nações Unidas.

 

Etienne acrescentou que até o momento apenas 18% das pessoas na América Latina e no Caribe foram totalmente vacinadas.

 

A chefe da Opas também destacou o crescimento de novos casos na Guatemala, Brasil e Cuba.

 

Mesmo que outras variantes como Alfa e Gamma sejam ainda mais comuns nas Américas, a variante Lambda foi recentemente detectada em países da América do Sul duramente atingidos pelo vírus, incluindo Argentina, Peru, Chile e Equador, de acordo com o gerente de incidentes da Opas, Sylvain Aldighieri.

 

"A Lambda é uma variante na qual estamos interessados e a Delta é uma variante que é altamente preocupante", disse.

 

"No momento, não temos evidências que nos permitam inferir um comportamento mais agressivo ou severo da variante Lambda, embora seja possível que ela tenha uma maior capacidade de transmissão", acrescentou.

 

Estoques de petróleo dos EUA crescem; de gasolina recuam, aponta AIE

(Reuters) - Os estoques de petróleo dos Estados Unidos cresceram, enquanto os estoques da gasolina recuaram, em um sinal de demanda estável por combustível, disse a Administração de Informação sobre Energia (AIE) nesta quarta-feira.

 

    Os estoques de petróleo cresceram 3,6 milhões de barris na semana encerrada em 30 de julho, para 439,2 milhões de barris, comparado com as expectativas dos analistas na pesquisa da Reuters de uma queda de 3,1 milhões de barris.

 

Entretanto, no centro de entrega Cushing, Oklahoma, os estoques para os futuros do petróleo dos EUA recuaram pela oitava semana consecutiva, caindo 543 mil barris para 34,9 milhões de barris, a mínima desde janeiro de 2020, disse a AIE.

 

    Já os estoques de gasolina recuaram 5,3 milhões de barris, afirmou a AIE, bem mais do que as expectativas de queda de 1,8 milhão de barris.?

 

Os produtos gerais fornecidos permaneceram altos, o que os analistas sugeriram ser um sinal de que a demanda por combustível estava resistindo ao aumento de infecções do coronavírus, por enquanto.

 

Os produtos gerais fornecidos pelas refinarias, um indicador de demanda, avançaram para 20,5 milhões de barris por dia nas últimas quatro semanas, o que é comparado com níveis pré-pandemicos.

 

"Apesar da preocupação com a variante Delta (do coronavírus), não estamos vendo isso impactar a demanda de produtos dos EUA de forma significativa. Acho que, de modo geral, isso pode ser visto como um suporte", disse Tony Headrick, analista de mercado de energia da CHS Hedging.

 

Tags: Agronegócio

Fonte: Reuters/T&D