Por Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza

Inicia-se um novo ano e, com ele, um renovar de esperanças e um querer de realizações e sonhos...

Inobstante, na agropecuária ainda prevalecem os anseios e as vontades de se aumentar o leque da produção através de ainda melhores índices de produtividade, mesmo se considerando a excelência dos números, amplamente favoráveis, de participação do segmento no PIB- Produto interno Bruto- com cerca de 25% em 2016, contribuindo para o País se tornar um dos maiores exportadores de produtos agrícolas. Continuamos na busca da moderna tecnologia, sempre inovada pela bem-vinda ciência e contínua pesquisa, impelidos pela constante necessidade de obtenção de mais eficiência e competitividade, com possível redução de custos.

Sabemos que o País, lamentavelmente,  continua vivenciando uma crise política, que me parece interminável, alem dos costumeiros problemas estruturais e carência de logísticas, que viriam em benefício das,  até aqui, excelentes produções agrícolas.

Dizem os entendidos que,  brevemente,  a produção mundial de alimentos deve ser dobrada, para atender a demanda provocada pelo inevitável crescimento populacional. Segundo eles, apenas algumas décadas nos separam de uma projetada catástrofe da fome se,  desde agora,  não se tomarem  as necessárias providências no campo da produção rural.

Segundo a Embrapa, a nossa agricultura ocupa 60 milhões de hectares e a pecuária outros 190 milhões. O Brasil continental possui 850 milhões de hectares, dos quais 30 milhões correspondem às áreas das cidades e demais benfeitorias e usos não agrários. Sobram, portanto, mediante simples aritmética, cerca de 570 milhões de hectares para preservações ambientais e outras.

Enquanto isso continuamos com a impossibilidade de expansão da fronteira agrícola, notadamente por questões ambientais, as quais ainda exigem,  das propriedades rurais particulares, uma tal da reserva legal de 20% do total de cada área, estejam elas em franco desenvolvimento produtivo ou não.

Percebam o grande desafio imposto aos produtores rurais!

Se , de um lado, temos a responsabilidade do abastecimento de nossa população, produzir excedentes exportáveis para contribuir com a economia nacional, gerar portanto, riquezas, tributos e empregos, dos quais mantemos ativos 37%, de outro, nos deparamos com barreiras burocráticas e ideológicas quase intransponíveis, a prejudicar o desenvolvimento do setor e obrigar aos produtores a uma corrida sempre por mais produtividade por área plantada. Até quando isso será possível?

Por enquanto, esperemos que a ciência e novas tecnologias consigam nos oferecer insumos capazes de aumentar, ainda mais, o volume produzido por área plantada!

Neste cenário, é claro que a pesquisa agropecuária tem oferecido sua primorosa contribuição, permitindo a prática de uma agricultura sustentável e de uma pecuária com sucessivos ganhos genéticos e tecnológicos o que aliás, guindou o País a ser  um do principais produtores e exportadores de carne, com o segundo maior rebanho comercial do mundo.

Saibam, portanto, que os órgãos e institutos de pesquisas são prioritários para as atividades agropecuárias. Não queiram suprimi-las sob nenhum pretexto, ainda que políticos!

Oxalá que as renovadas esperanças e o querer de grandes realizações e belos sonhos

 se concretizem em 2018! (Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza  é presidente da Associação e do Sindicato Rural de Ribeirão Preto )