A deturpação da produtividade rural

*Joaquim Augusto S.S. Azevedo Souza

Surprendentemente, o governo federal anuncia mudanças nos índices de produtividade agropecuária.
Estupefatos pela inoportunidade e insensatez da pretensa medida, os produtores rurais indagam qual a razão que justificaria tamanho disparate contra o setor produtivo rural?
Há por acaso algum déficit na produção agropecuária ou falta de oferta de alimentos?
Não é a agricultura, um dos segmentos mais dinâmicos da economia nacional e mola propulsora da cadeia do agronegócio, fonte geradora de sucessivos superávits na balança comercial e excelentes resultados sociais para o País, com sua inegável geração de empregos, salários e investimentos?
Dificilmente encontraremos outra resposta, senão a do interesse escuso e inescrupuloso de fragilizar, ainda mais, o já combalido direito de propriedade, em nome de uma suposta justiça social, cantada em verso e prosa por ditos movimentos sociais, que sequer contam com personalidade jurídica.
Se o objetivo do governo é distribuir mais terras para satisfação de tais movimentos, orquestrados e muito bem organizados para sugar recursos públicos e atentar contra o estado de direito, é preciso que saiba que a agricultura ocupa e produz em apenas 9% do território brasileiro, ou seja, em 77 milhões de hectares, que são assim distribuídos: 55 milhões de has com as plantações temporárias anuais; 17 milhões de hás com as culturas perenes e 5 milhões de hás com as florestas plantadas.
De outra parte, os assentamentos da decantada reforma agrária perfazem sozinhos, os mesmos 77 milhões de hectares, ou seja, também 9% do território. Brincadeira? Por certo, não!
E o que pretendem os adeptos da ideologia anti-democrática, avessa ao capitalismo e à livre empresa? Mais terra e mais dinheiro do contribuinte, de preferência a fundo perdido...
Além disso, seria importante o governo deixar de ignorar que a pujança e a competitividade da agropecuária e sua crescente e formidável produção