Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza*
O segmento rural tem se constituído num dos principais pilares da economia nacional, não só como fonte geradora de riquezas mas, também, como grande empregador de mão de obra, especialmente a menos qualificada. É a agropecuária a grande fornecedora de matérias primas para a indústria e o agronegócio como um todo, inclusive com sucessivos aumentos de produção e produtividade agrícolas. Os números estão ai incorporando valores extraordinários na balança comercial brasileira e no abastecimento do mercado interno.
Evidentemente que em toda essa circulação de produtos, desde o campo até a mesa dos consumidores, sejam eles daqui ou do estrangeiro, incide pesada carga tributária; sendo certo que a agropecuária recolhe impostos municipais, estaduais e federais.
As prefeituras, que vem recebendo polpudas verbas através do ITR (Imposto Territorial Rural) , na maioria dos casos em nada retribuem para o setor rural, onde faltam escolas e as estradas vicinais são precárias, para dizer o mínimo.
Para que os leitores façam melhor juízo, se houvesse um pouquinho mais de interesse ou preocupação com a segurança no meio rural, poderiam elas – as prefeituras – mediante convênios com o próprio Estado e mesmo com as entidades representativas da classe, participarem e apoiarem os trabalhos policiais, oferecendo, inclusive, facilidades para uma melhor comunicação entre as partes envolvidas. Entretanto, ao contrário, o que se observa é uma total indiferença com esta gravíssima questão!
Os estados arrecadam, entre outras taxas, o ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias) e, ainda que disponham da polícia militar e demais instituições voltadas ao combate ao crime , parecem desatentos com o assunto, ao ponto de sequer reconhecerem a necessidade de um patrulhamento mais eficaz e presente no meio rural com especial atenção aos pequenos municípios.
Pois bem! Talvez tudo isto não seja novidade ou segredo para ninguém, pelo menos para os que acompanham razoavelmente os acontecimentos do dia a dia envolvendo assuntos econômicos e sociais, onde necessariamente a agropecuária está sempre inserida.
Porém é hora de se lembrar e registrar-se a absoluta falta de segurança no meio rural que, inclusive, tem vitimado inúmeros produtores também em nossa região, o que parece não incomodar a sociedade urbana e muito menos impressionar aos responsáveis pela manutenção da ordem pública e da segurança de toda a população, seja ela das cidades ou das fazendas. Talvez, estas mesmas autoridades possam estar imaginando que o campo estará sempre à disposição para produzir e alimentar a população, gerando riquezas e empregos, recolhendo impostos e cumprindo as demais obrigações , mesmo sofrendo seus integrantes severos prejuízos e humilhações com tantos assaltos e roubos à mão armada nas propriedades rurais.
Ledo engano: imaginam o impossível...Se providências urgentes não forem tomadas para coibir a ação desses marginais que, atualmente, aterrorizam a todas as famílias do meio rural, ficando a situação insustentável, fazendo com que morra, também, a galinha dos ovos de ouro tão bem representada pela agricultura nacional.
Com esta legítima preocupação nos reunimos recentemente com comandantes da Policia Militar de Ribeirão Preto no afã de buscar soluções e estabelecer estratégias para equacionamento dessa gravíssima situação imposta aos nossos produtores rurais, especialmente pela falta de policiamento.
*presidente da Associação e do Sindicato Rural de Ribeirão Preto