Um novo início
Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza*
Entramos em 2011 com a expectativa de que o fazemos com o pé direito, em face dos bons resultados conseguidos no geral em 2010 e das imorredouras esperanças de boas novas perspectivas.
Parece que estamos bem próximos de mais um recorde na produção de grãos, assim como já vem ocorrendo com outros segmentos produtivos como a cana de açúcar, fruticultura e produção pecuária.
Neste cenário, não deveriam faltar motivos para regozijos e comemorações. Entretanto, não é o que ocorre já que, como é sabido, paradoxalmente, a alta produção não é o reflexo de mais renda ao produtor.
Produzir mais não significa, necessariamente, ganhar mais!
Vejam a descapitalização do setor agravada, em 2004 e 2005, com a impossibilidade de recapitalização dos agricultores nas safras subseqüentes.
Além dos sobejamente conhecidos e tradicionais problemas da agropecuária, ora agravados com o desequilíbrio cambial e fraqueza do dólar frente ao real, a cadeia do agronegócio vem padecendo, de há muito, com as condições da logística nacional.
Não dispomos de armazéns e silos suficientes e nem de boas condições de transportes.
E, enquanto o governo alardeia, pela mídia, grandes investimentos para o escoamento e armazenagem da produção agrícola, o fato é que carecemos, em muito, de investimentos públicos na infraestrutura.
Isto é: enquanto nossa agropecuária avança rumo à vanguarda da produção mundial de alimentos, a nossa infraestrutura ainda engatinha e patina em meio à politicagem e burocracia estatais.
Mesmo assim, a cadeia do agronegócio consolida mais um recorde nas exportações em 2010, com destaque para o complexo sucro-energético, café, sucos de frutas, animais e o complexo soja.
Imaginem se o governo e o Congresso Nacional levassem a agricultura a sério e realmente tomassem medidas viabilizadoras da produção agropecuária brasileira, por exemplo com investimentos maciços em infra-estrutura e logística...?
Sejamos,