O alvo predileto

  
Joaquim Augusto S.S. Azevedo Souza*

Tenho acompanhado com grande atenção o desenrolar das principais questões que dizem respeito ao meio rural. Não vou agora enumerá-las todas. Entretanto, gostaria de destacar algumas como, por exemplo, a atuação da grande mídia procurando transformar a agropecuária e seus produtores, especialmente nos segmentos em maior evidência pela importância despertada no momento, no alvo preferido como palco de irregularidades ou ilegalidades, quer na área ambiental, quanto na agrária ou trabalhista
tal fato não teria maior importância se o nível de politização, educação e compreensão do nosso povo estivesse dentro do desejável nos países do dito primeiro mundo. Fosse assim e essas campanhas sórdidas contra quem produz nos campos brasileiros seriam prontamente rechaçadas por tendenciosas e, portanto, inadmissíveis.

Infelizmente, não é o que ocorre. A grande maioria deixa-se levar pelo noticiário sensacionalista ou pelas manchetes apelativas.

Observem, por exemplo,como já transformaram os produtores rurais em vilões do meio ambiente. Somos - aos olhos dos que só enxergam a superfície da bitola em que vivem, sem perceber a ação nefasta dos interessados no atraso do Brasil - os desmatadores inconseqüentes que agem nas sombras da ilegalidade, massacrando a natureza e desertificando os campos.

Vejam a que resultados chegamos com a reforma agrária...Éramos latifundiários opressores e senhores feudais que deveriam ser expulsos de suas terras para acomodação de pobres trabalhadores excluídos nas almejadas fazendas comunitárias! Quanto custou esse plano para o país e o que de prático resolveu nas áreas social ou produtiva, além de dar margem à corrupção, ao desperdício, às invasões de inúmeras propriedades, provocando a insegurança jurídica e a afronta do Estado de Direito? Na área trabalhista, criaram a imagem do empregador rural escravagista, mau pagador e descumpridor de suas obrigações legais. Insatisfeitos com a CLT e suas ramificações, aumentaram as exigências através das normas regulamentadoras de muito pouco proveito para as relações capital-trabalho mas de muitas e absurdas proibições na prática laboral campestre. Para tudo exigem licenças e atestados, evidentemente sempre pagos pelos produtores. Na falta de tais licenças, aplicam multas e demais penalidades até de ordem criminal.

Inobstante essa triste realidade vivenciada, a agropecuária continua oferecendo ao país a mais positiva resposta que um segmento econômico-produtivo possa oferecer.

Vejamos, por outro lado, como andam as coisas em nosso país...Tributação é o que não falta: cerca de 38% dos salários e da riqueza produzida vão para o governo. Sobram burocracia e dificuldades que, na maioria das vezes, deságuam em privilégios e corrupção.

Enquanto produzimos milhões de toneladas de alimentos, a péssima conservação das estradas brasileiras continua provocando desperdício de produtos e inúmeros acidentes que caus