Um novo ministro para a Agricultura

  
Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza*

Gaúcho de Porto Alegre, o deputado federal e até então líder do governo no Congresso, Mendes Ribeiro Filho, é o novo titular da pasta da Agricultura. Amigo da presidente Dilma Rousseff há mais de 20 anos, o novo ministro assumiu o ministério dizendo-se disposto a aprender sobre a agropecuária e o agronegócio brasileiros, segmentos com os quais não teve maior convivência. Confessando não ser grande conhecedor da área agrícola e nem ter tido atuação política voltada para os interesses do campo, demonstrou clareza de propósitos ao anunciar que agirá com a devida cautela e os olhos voltados para a agricultura e a produção rural do país.

Realmente, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, especialmente num governo que, em menos de oito meses, se viu na obrigação de trocar pelo menos 4 ministros. Uma realidade que nos leva a pensar:, primeiro, para que tantos ministérios servindo de abrigo para tantos políticos, nem sempre aptos a assumirem as responsabilidades inerentes à importância dos cargos?: segundo, porque a turbulência instalada na pasta da Agricultura requer medidas firmes e nem sempre simpáticas de seu novo integrante para que seja restabelecida a credibilidade e o respeito nos assuntos do ministério.

O novo ministro encarará, sem dúvida, severas dificuldades; entretanto, o que mais se espera é uma pasta efetivamente voltada para os elevados interesses agrícolas nacionais, aliada da agricultura e seus produtores e disposta a encarar os desafios escancarados à sua frente: problemas com os entraves na logística de exportações agropecuárias; dificuldades de armazenamento; falta de escoamento da produção e estradas sem conservação são alguns deles que devem merecer, a nosso ver, prioridade sobre as atuais questões ligadas à corrupção, má distribuição de cargos e demais desvios de conduta que poderão ser apuradas pelos órgãos competentes sem que o ministério sofra solução de continuidade em suas atribuições.

Por outro lado, é necessário que se lembre da questão ambiental ainda presente, ora no Senado da Republica, onde o novo Código Florestal aguarda pela aprovação. Na Câmara Federal, o substitutivo do deputado Aldo Rebelo mereceu votação maciça e retumbante aprovação, inclusive com o voto do atual ministro Mendes Ribeiro.

Espera-se que o novo ministro atue de forma positiva e decisiva em direção à aprovação do novo Código Florestal brasileiro pelo Senado federal, retirando da ilegalidade mais de 90% das propriedades rurais brasileiras.

Por oportuno, desejamos ao novo ministro da Agricultura todo êxito e sucesso no desempenho da sua nobre missão de traçar as diretrizes e nortear os caminhos da produção rural brasileira.

De nossa parte, permanece a disposição de colaboração e apoio para uma gestão profícua e de importantes realizações.

*presidente da Associação e do Sindicato Rural de Ribeirão Preto