A marcha contra a corrupção

  

Finalmente, uma manifestação popular importante contra a corrupção teve lugar na capital da República, exatamente na data em que comemoramos a independência do Brasil. O extraordinário feito conseguiu agregar, nesse primeiro momento, 25 mil pessoas protestando pelas ruas de Brasília, indignadas com o que vem ocorrendo nos poderes constituídos.

É evidente que essa pequena marcha não deve provocar grandes efeitos nos rumos da política ou do judiciário mas, sem dúvida alguma, é uma semente lançada para despertar o grosso dos 190 milhões de brasileiros, cuja maioria é lesada todos os dias por aqueles que assaltam os cofres da Nação.

Se cada um tomasse consciência de quão danoso é, para o conjunto da sociedade, esta ação nefasta de corruptos e corruptores, insaciáveis no desejo de saquear o país, teríamos não um milhão, mas dezenas de milhões de caras pintadas de verde e amarelo marchando em defesa da moralização e da ética na política nacional.

É profundamente lamentável nos depararmos cotidianamente com um noticiário obrigatório sobre as falcatruas, desmandos, roubos ao tesouro e uma corrupção desenfreada que parece não ter mais fim.

Até autoridades estrangeiras se sentem no direito de tecer críticas ao nosso governo, como fez o embaixador americano, preocupado com os interesses do seu país , que considerou a corrupção generalizada e persistente durante o governo Lula. Vergonhoso, não?

Importante, porém, lembrarmos que os políticos emanam do povo e são por ele eleitos. Seria, portanto, de fundamental importância que cada brasileiro valorizasse seu voto como sendo a mais poderosa arma em favor de uma prática democrática limpa, séria, honesta, ética e construtiva.Talvez assim fossem banidos os maus políticos e a impunidade reinante, restabelecendo-se um ambiente de seriedade e respeito aos valores éticos e morais, norteadores das ações de qualquer cidadão, especialmente daqueles detentores de autoridade e poder.

Por enquanto seguimos na torcida que este movimento contra a corrupção perdure e muitas outras passeatas sejam realizadas, chamando a atenção dos homens de bem para engrossarem suas fileiras e combaterem, com afinco, esse verdadeiro cancro que ora atinge os três poderes da Nação.

Ao congratular-me com os autores desta bela e oportuníssima iniciativa, sugiro que nessa mesma luta se questione o nepotismo e a excessiva contratação de pessoal sem concurso e, na grande maioria das vezes, também sem capacidade para o exercício da função pública; se exija julgamento sumário para autoridades e políticos corruptos, com aplicação de penas severas e devolução dos valores subtraídos; se busque uma justificativa aceitável para a existência de 37 ministérios, questionando-lhes suas atribuições, o contingente de políticos e apaniguados que abrigam e quais os ganhos reais que proporcionam ao país.

Será que tantos ministérios são realmente necessários para o bom desenvolvimento da administra