Novos Tempos
Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza*
Finalmente o Brasil acordou de longo pesadelo!!
Sai um governo perdulário, incompetente, corrupto e mentiroso que, entretanto, deixa profundas e dolorosas marcas na economia e na sociedade. Foi um tempo de governantes muito mais interessados na perpetuação do poder e na aferição de vantagens, com a prática das mais rasteiras das políticas, que infelicitaram os cidadãos e jogou o País na mais grave crise de que se tem notícia, do que na governabilidade e defesa dos elevados interesses nacionais.
Felizmente, parece que este período tenebroso e nocivo da política nacional chegou ao fim com o afastamento provisório da presidente que, esperamos ardentemente, se transforme em definitivo, para que o Brasil retome os caminhos do desenvolvimento e do progresso, sob direção equilibrada, sensata e competente.
Instalado democraticamente o novo governo, após criterioso, extenso e demorado processo político devidamente assistido pelo Supremo Tribunal Federal e, portanto, obediente aos ditames constitucionais, inaugura-se um novo tempo para a política brasileira, onde renovam-se as esperanças do povo e mudam para melhor as expectativas sociais e econômicas.
O anuncio das primeiras medidas do novo governo, baseadas na austeridade e na responsabilidade fiscal, com necessários cortes das despesas supérfluas e de apaniguados dos ex-governantes, bem como a diminuição do numero excessivo de ministérios, serviu de alento e soou como música suave aos ouvidos dos cidadãos brasileiros. Na nova equipe ministerial, com destaque especial para o ministro Henrique Meireles, da pasta da Fazenda, quase uma unanimidade nacional, lembro do acerto nas escolhas dos ministros da agricultura, Blairo Maggi, que é do ramo agrícola onde cultiva lavouras de grãos, especialmente soja e, na qualidade de ex-governador de Mato Grosso e hoje também senador da republica, conhece os meandros da política, o que, penso, pode servir de credenciais para uma boa administração frente à pasta ora lhe confiada e José Serra, das relações exteriores. Aliás, bem a seu estilo e já desempenhando à contento sua nova e árdua missão de recolocar nossa diplomacia no devido lugar, como representante do maior País da América do Sul, inicialmente avisou aos chamados governos bolivarianos que o Itamaraty não está mais a serviço da ideologia de um partido político e suas alianças com as autocracias bolivarianas, mas sim à disposição para servir aos elevados anseios do País.
Portanto, diante do novo quadro político, encabeçado pelo presidente Michel Temer e cujo desenho é colorido pelas cores verde e amarelo, nos permitimos aguardar medidas salutares para a economia e os segmentos produtivos, onde evidentemente se encontra a agropecuária. Muitas são ainda as dificuldades enfrentadas pelo setor rural e seus integrantes. Para não nos estendermos em demasia neste momento de transição, oportunidade em que o novo governo inicialmente deve tomar conhecimento da real situação, lembramos apenas da precária infra-estrutura de armazenagem para os produtos agrícolas, da precariedade das estradas federais usadas no escoamento das safras de grãos, em especial da região centro oeste, verdadeiro celeiro do País, da falta de estoques reguladores de produtos agrícolas, dos sérios entraves enfrentados pelos produtores rurais para obtenção de crédito rural, cada vez mais escasso e difícil dado a burocracia e excesso de exigências bancárias, das dificuldades para implementação de um seguro agrícola compatível com as reais necessidades do setor, além de outros aspectos relativos à logística na prática agropecuária.
Por ora, imbuídos da vontade de contribuir na construção de um futuro melhor para todos nós, consignamos nossos votos de confiança ao novo governo, desejando-lhe uma profícua e feliz gestão, com uma administração voltada para os anseios da sociedade e pelos mais elevados interesses do Brasil.
Por derradeiro, gostaria de salientar a vontade de sentir, novamente ,orgulho em ser brasileiro!
*presidente da Associação e do Sindicato Rural de Ribeirão Preto